Segundo pesquisa, 35% da população fornece dados pessoais em troca de descontos
Navegar no ambiente online com segurança é uma das grandes preocupações do consumidor atual, mas, com o advento do e-commerce, a certeza dessa “segurança” acabou ficando um pouco ameaçada. Isso porque o consumidor atual está sempre atento às ofertas para conseguir economizar em qualquer época do ano e para obterem descontos atraentes fornecerem dados pessoais como número de telefone, conta do Facebook, e-mail; entre outras informações. Esse hábito pode transformar os usuários em vítimas de roubo de identidade além de outros ataques cibernéticos.
Dados da pesquisa regional encomendada pela empresa global de cibersegurança Kaspersky Lab, e desenvolvida pela consultoria de pesquisa de mercado chilena CORPA, descobriu que quase 40% dos latino-americanos dizem estar acostumados a fornecer dados pessoais em troca de cupons, descontos especiais ou programas de fidelidade.
A população que mais exerce esta prática são os chilenos (47%), seguido dos colombianos (45%) e argentinos (44%). Na sequência estão os peruanos com 37%, brasileiros com 35% e mexicanos com 25%. Entre os compradores que estão dispostos a compartilhar dados pessoais, 44% são jovens entre 18 e 24 anos, 39% entre 25 e 34 anos, e 33% entre 35 e 50 anos.
Esses resultados fazem parte da campanha “Ressaca Digital”, que tem como objetivo aumentar a consciência sobre os riscos aos quais as pessoas estão expostas quando usam a internet sem precaução e, assim, evitar que elas lamentem o que compartilham, aceitam ou baixam – principalmente nos dias durante a fase de fim do ano, quando as transações online aumentam e o chamado “phishing”, método malicioso para atrair internautas para páginas falsas e roubar seus dados.
“Uma vez que tornamos pública nossas informações, não há como voltar atrás. Quando agimos impulsivamente e compartilhamos dados pessoais ou aceitamos condições sem saber o que está por trás, podemos ser vítimas de roubo de identidade, termos nosso e-mail e contas de redes sociais invadidas e perdas financeiras. Além disso, a divulgação de dados pode causar grandes danos à nossa privacidade, uma vez que essas informações geralmente são vendidas a terceiros para publicidade direcionada. Outro ponto importante, quando nos inscrevemos nesses descontos, também estamos concedendo certas permissões para o uso das informações que fornecemos e muitos usuários não tem consciência disto”, alerta Dmitry Bestuzhev, diretor da Equipe Global de Pesquisa e Análise da Kaspersky Lab na América Latina.
O estudo também revelou o comportamento dos latino-americanos durante as transações online: 62% dos entrevistados realizaram operações bancárias por meio de seu dispositivo móvel e, destes, os que mais o fazem são os chilenos, com 77%. Eles são seguidos por colombianos (68%) e brasileiros (63%). Por outro lado, os que menos preferem a modalidade de pagamento móvel são os argentinos (54%), mexicanos (55%) e peruanos (56%), embora os números ainda sejam altos.
As transferências bancárias ocupam o primeiro lugar nas operações online da América Latina, com 90% de preferência. Em seguida, com 50% da preferência dos usuários, aparecem as compras online em supermercados, varejo e lojas no exterior. Os usuários entre 25 e 34 anos são os que mais realizam transações móveis (69%). Com 60%, as pessoas entre 35 e 50 anos aparecem em segundo e, por fim, os jovens entre 18 e 24 anos (54%).
“O uso e acesso a aplicativos ou páginas web que incentivam as transações bancárias, seja por descontos e cupons atraentes, ou por produtos e serviços de interesse, são também uma oportunidade os cibercriminosos. Para se ter uma ideia, 22% dos usuários latino-americanos afirmam ter tido uma conta online hackeada nos últimos 12 meses e a Kaspersky Lab registrou um aumento de 14,5% nas atividades de malware na regional, em comparação com 2017 – tendo uma média de 3,7 milhões de ataques por dia ou mais de um bilhão neste ano”, explica Bestuzhev.
Ele acrescenta ainda que, a ideia é não criar uma paranoia nas pessoas, mas “devemos nos educar sobre ciberameaças e nos manter protegidos com ferramentas que nos permitam prevenir ou identificar possíveis ataques”.
Fonte: Canal Tech